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Dedicado à pequena e grande aldeia de Amoinha Nova, concelho de Valpaços

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Gravura popular portuguesa - Nascimento de Jesus


Na Gazeta de Lisboa, nº.206, de 28 Agosto de 1810, vem o seguinte anúncio:
Vende-se na rua de S.Francisco da Cidade, nº 46, 1º andar, hum presépio construído por nova invenção, e como he formado de espelhos, cada figura é multiplicada pelos ângulos de reflecção. O dito Presépio pode ser visto todos os dias antes da venda, das duas às quatro horas.

Onde estará este presépio?
Deixamos aqui uma linda Estampa representativa do "Nassimento de N.S.Jezus Christo".

3 comentários:

  1. Ao ler o post de hoje, chamou-me a atenção o nome da rua S. Francisco da Cidade. Apesar de transmontano e flaviense, os quarenta anos que levo de Lisboa, permite-me ter já uma costela olisiponense (lisboeta), assim como conhecer bem esta cidade. Por isso, fiz esta recolha para saber onde ficava esta rua. Curiosamente em solteiro vivi durante cinco anos, bem perto desta rua, mais propriamente na rua do Loreto junto ao Chiado, e que ainda mantém o mesmo nome.
    Para quem gosta de Toponímia, aqui fica a história da antiga rua S. Francisco da Cidade, actual rua Ivens. Quem sobe a rua Garrett para o Chiado é a primeira rua à esquerda.
    Nuno Santos


    A RUA IVENS (antiga Rua de S. Francisco) pertence à freguesia dos MÁRTIRES, começa no Largo da Academia Nacional das Belas Artes (antigo Largo da Biblioteca Pública) e termina na Rua Garrett no número 33.
    Segundo o "ITINERÁRIO LISBONENSE" de 1804, esta Rua chamada então de Rua de São Francisco da Cidade «é a quinta à direita, vindo do Loreto descendo a Rua Garrett, e termina na Rua do Ferragial de Cima» (hoje Rua Victor Cordon).
    O nome da rua está ligado ao Convento de São Francisco instalado no Monte Fragoso, fundado em 1217, por Freire Zacarias. Foi a casa mãe da Ordem Franciscana em Portugal. A área ocupada no período áureo era tão grande que se lhe chamava «a cidade de São Francisco».
    Sofreu vários incêndios o maior dos quais devido ao terramoto de 1755.Seria precisamente devido à sua enorme área que aí se instalou mais tarde a Biblioteca Pública, a Escola de Belas Artes (1836) e posteriormente o Museu de Arte Contemporânea.

    Recuando séculos no tempo, encontraríamos no local onde se erguia o Convento de S. Francisco desde 1217 - denominado de Monte Fragoso - o acampamento dos Cruzados ingleses que auxiliavam D. Afonso Henriques na conquista de Lisboa. Dali se dominava o rio e a Baixa lisboeta.
    Este convento foi também um dos palcos das lutas civis entre absolutistas e liberais. Quando a 23 de Junho de 1828 por determinação de D. Miguel, o povo reuniu separado das outras ordens, coube-lhe este espaço de encontro, enquanto a nobreza reunia em S. Roque e o clero na Igreja de Santo António.
    Nesta rua no prédio com esquina para a Rua Garrett, existiu durante muitos anos a Tabacaria «Estrela Polar», substituída mais tarde pela «Casa da Sorte».
    No século XIX os números 2 a 14 desta rua alfacinha pertenciam à freguesia dos Mártires, enquanto os números 25 a 37 pertenciam já à freguesia de S. Julião. A mesma rua era, por isso, segundo a crença religiosa popular, protegida por dois padroeiros, exercendo cada um as boas graças sobre a sua parte. De resto, esta é uma situação comum nas ruas de Lisboa. Uma mesma rua "reza" a santos diferentes.
    O traçado desta rua resultado do plano de urbanização elaborado na sequência do Terramoto de 1755, sendo referida pela primeira vez quando estavam passados 30 anos sobre esse destruidor acontecimento. Inicia-se no Largo da Biblioteca Pública (agora Largo da Academia Nacional das Belas Artes), onde estava implantada a Biblioteca Popular de Lisboa, na qual, para além das obras depositadas por Depósito Legal, se encontra os espólios valiosos legados por grandes vultos da cultura portuguesa.
    Neste Largo foi erigido o busto de Visconde de Valmor pelo escultor Teixeira Lopes e pelo arquitecto José Luís Monteiro, a expensas dos professores e alunos da Academia das Belas Artes, tendo sido descerrado em 1904. A rua termina na célebre e poética Rua Garrett, ali ao Chiado, e foi rebaptizada com o nome de Rua Ivens. A bem conhecida Rua Ivens da Rádio Renascença.
    (Por limitação de espaço não foi possível publicar todo o relato toponómico desta rua)
    Cmp.
    Nuno Santos

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  2. Muito bem, amigo Nuno!

    Obrigada pela informação.
    cmps
    leonor moreira

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  3. olha poem masé post novo!

    lula

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