Que há hoje?
Dedicado à pequena e grande aldeia de Amoinha Nova, concelho de Valpaços
quarta-feira, 28 de setembro de 2011
terça-feira, 27 de setembro de 2011
Ficou tudo "estonado"!
Aconteceu no início do último Verão.
De caminho para a aldeia, era uma Sexta-Feira, fomos impedidos de seguir ali depois do Peto, informados pela Polícia de que havia um incêndio na serra, que poderia galgar até à estrada. Logo o mano decidiu virar ali à esquerda, antes da ponte do moinho, parece que pela terra do Zé Luis e por ali afora, iríamos ter à Amoinha Velha e tal...e dali à nossa aldeia.
- Mana, onde mora o Zé Luis, catano?.............deixo aqui este espaço à tua espera...
Logo que chegámos, a rotina do costume: tirar os "bombos" e o pc do mano, e as mais coisas que nem sei pra que servem, mas gosto de levar tudo comigo. Os manos criticam-me sempre:
- Lá vem ela outra vez com isto e com aquilo! Mas eu nem ouço muito bem, bah.
- Oh, primas! - chama a Maria Alice.
-Ou...sobe, mulher!- a mulher vinha a manquitar.
-Que foi isso? Logo ela respondeu: - foram os pitos que me queimaram o pé! Olhai!!!!
Lá explicou que tinha estado a matar pitos e que a água se verteu pro pé. O mano, entretido com as pinhas pra acender o lume (estavam 26 graus), ouviu e disse:
- Levai-a ao hospital, eu cá me arranjo mais o lume.
_Então, anda lá mulher, vai buscar os "documentos" do médico, que já passamos na tua casa.- disse a mana pra ela.
Agora entra aquela parte em que a mana se esquece das coisas: "o incêndio"- temos de ir pela terra do Zé Luis, mas quando eu disse já era tarde. É que a minha função era exclusivamente dar apoio à vítima, a Maria Alice. Se fosse p'ra lembrar as coisas importantes, não tinha acompanhado a coisa, bah. Tinha ficado à lareira ou à espera da Net que nunca chega à aldeia...
Bem! Com esta arreliação toda e mais a prima a dizer que se calhar nem valia a pena ir ao Hos..., o que é uma chatice pra quem já está arreliado, lá chegamos. A instituição andava em obras nas urgências e tive, eu, claro, descobrir por onde era a entrada dessa coisa provisória.
Pronto! Entrou com a pulseira......mana, de que cor era?- dp de ene horas, entrou enfim lá para dentro. Pus-me a relaxar e nisto ouço a mana muito alto:" estão a levar peixes cozinhados e pão lá pra dentro"! Ai que fome me deu! ...nem vou contar mais nada! Para acabar, regressámos com o pé da Maria Alice todo empanado, pelo tal trajecto...e chegámos à aldeia. Esta conversa toda pra dizer que aquele monte ficou todo estonado e a prova é esta imagem.
Todos temos de cuidar dos nossos montes e florestas, pq delas depende o nosso oxigénio, a beleza natural e a vida de tantos bichinhos...
cmps a todos
De caminho para a aldeia, era uma Sexta-Feira, fomos impedidos de seguir ali depois do Peto, informados pela Polícia de que havia um incêndio na serra, que poderia galgar até à estrada. Logo o mano decidiu virar ali à esquerda, antes da ponte do moinho, parece que pela terra do Zé Luis e por ali afora, iríamos ter à Amoinha Velha e tal...e dali à nossa aldeia.
- Mana, onde mora o Zé Luis, catano?.............deixo aqui este espaço à tua espera...
Logo que chegámos, a rotina do costume: tirar os "bombos" e o pc do mano, e as mais coisas que nem sei pra que servem, mas gosto de levar tudo comigo. Os manos criticam-me sempre:
- Lá vem ela outra vez com isto e com aquilo! Mas eu nem ouço muito bem, bah.
- Oh, primas! - chama a Maria Alice.
-Ou...sobe, mulher!- a mulher vinha a manquitar.
-Que foi isso? Logo ela respondeu: - foram os pitos que me queimaram o pé! Olhai!!!!
Lá explicou que tinha estado a matar pitos e que a água se verteu pro pé. O mano, entretido com as pinhas pra acender o lume (estavam 26 graus), ouviu e disse:
- Levai-a ao hospital, eu cá me arranjo mais o lume.
_Então, anda lá mulher, vai buscar os "documentos" do médico, que já passamos na tua casa.- disse a mana pra ela.
Agora entra aquela parte em que a mana se esquece das coisas: "o incêndio"- temos de ir pela terra do Zé Luis, mas quando eu disse já era tarde. É que a minha função era exclusivamente dar apoio à vítima, a Maria Alice. Se fosse p'ra lembrar as coisas importantes, não tinha acompanhado a coisa, bah. Tinha ficado à lareira ou à espera da Net que nunca chega à aldeia...
Bem! Com esta arreliação toda e mais a prima a dizer que se calhar nem valia a pena ir ao Hos..., o que é uma chatice pra quem já está arreliado, lá chegamos. A instituição andava em obras nas urgências e tive, eu, claro, descobrir por onde era a entrada dessa coisa provisória.
Pronto! Entrou com a pulseira......mana, de que cor era?- dp de ene horas, entrou enfim lá para dentro. Pus-me a relaxar e nisto ouço a mana muito alto:" estão a levar peixes cozinhados e pão lá pra dentro"! Ai que fome me deu! ...nem vou contar mais nada! Para acabar, regressámos com o pé da Maria Alice todo empanado, pelo tal trajecto...e chegámos à aldeia. Esta conversa toda pra dizer que aquele monte ficou todo estonado e a prova é esta imagem.
Todos temos de cuidar dos nossos montes e florestas, pq delas depende o nosso oxigénio, a beleza natural e a vida de tantos bichinhos...
cmps a todos
segunda-feira, 26 de setembro de 2011
A nossa aldeia e o gene "ou"
Estava um vento arreliento, que me deixou o cabelo todo desgrenhado, no penúltimo fim de semana, quando deixámos a aldeia. Começou logo por aí.
Onde parecia boiar a melancolia dos montes em tarde de Domingo, um resto de sol punha oiro na amaneirada e azadinha serra, lá ao longe, a que chamam "Salábria", como que a despedir-se de nós, como se fôssemos assim tão "prosas". Enquanto eram cumpridos os rituais: fechar água e mais a luz e mais ...olhem os telemóveis, os "bombos"(as malas), tudo encatrafuado no jipe, apenas faltando a "pita" em cima do burro, aí começa o regresso à outra casa, a casa da cidade. Eu ocupo o lugar atrás, sempre fico mais perto do que deixei.
Procuro botar atenção à paisagem e arranco um comentário desajeitado e saído à pressão: olhai, estes castinheiros do Zé Luis, estão bem cheiinhos de ouriços. Os manos respondem ao calha, e largam um monossílabo e já está. Bem, o mano também tem de botar atenção à condução, mas a mana, nada diz.
Que catano!! Estou a fazer um esforço pra não esbaguar!
_ "OU", estais aí?- ninguém responde.
Vi o ar lavado e puro a ficar cada vez mais afastado! Os amigos ficaram também! Volto em silêncio aos meus pensamentos.
Há uns tempos que o mano não pega em pregos e buchas e a chave de fendas, mas a de estrelas, não sei porquê, mas ele usa essa mais vezes, sei lá. Agora não é o momento certo pra le perguntar. Nesse fim de semana tivemos moscas e ele pegou no abano e foi um tau por ali afora. As excamungadas não me deixaram dormir uma sesta.
E o lume? Ah, ele inventa o frio como pretexto pro acender. Pega nas pinhas, mtas e por cima paus, tb mtos. E diz : - Está muito frio!.... Agora lembrei-me! A viagem de Sexta para a aldeia e as outras anteriores, são mais rápidas. Hoje nunca mais chegamos a Chaves! Ah! Já sei! Para lá,levamos connosco a ansiedade da chegada e cada um conta as estórias da semana que passou. Eu só falo de "carreiras", adoro as entradas e saídas nos cais da Central de Camionagem! Sim, é verdade! Há mães que ainda choram na hora da despedida dos filhos...verdade, eu já vi!
O mano fala das aulas de código, sim, é formador de condução. É de morrer a rir, com as estórias dele!
A mana, ai, essa fala sempre das lampreias, bichos que entrelaçados e viscosos, escarrapacham as bocas brancas "escontra" os vidros do tanque, no Restaurante da Aguieira, lugar de mudança de "roda", cena de condutores, bah. Iac!!! detestamos essa bicharada que chupa vidros! Até já me arrepanha o cérebro, quando vem com esta conversa, mas não digo nada. Mas a gente ri-se sempre, nem sei porquê....
Agora, neste regresso à casa da cidade, verifico que não há nada fazer. A aldeia despareceu no horizonte do crepúsculo....
Como não houve aldeia, brinquei com os pincéis.
abraço
domingo, 25 de setembro de 2011
Worcester em festa!
O nosso amigo e colaborador Geno completa hoje mais um anito. Que continues com essa boa disposição por muitos mais.
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
Blog Valpassos D'oje
A obra de Adérito Freitas leva-nos até aos nossos antepassados. Dá-nos a conhecer 67 lagares cavados nas Rochas, comprovando que a cultura da vinha teve muito significado para as nossas populações há mais de 20 séculos...destaque para a freguesia de Santa Valha com 21 "peças raras".
blog "Valpassos D'oje"
com os nossos cumprimentos
blog "Valpassos D'oje"
com os nossos cumprimentos
Andamos sempre à procura de notícias com interesse noutros blogs para tornar o nosso um bocado mais cultural. Hoje chegou esse dia. De visita ao blog amigo "Valpassos D'oje, aconselhamos os nossos amigos a visitá-lo. Deixamos aqui apenas um cheirinho da notícia e uma imagem que gentilmente roubámos ao blog em referência
O castinheiro do Santo
quinta-feira, 22 de setembro de 2011
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
terça-feira, 20 de setembro de 2011
segunda-feira, 19 de setembro de 2011
Era ainda pucorruchinho...
Antes de nós, havia outros, que falavam uma língua muito própria da região transmontana. Hoje, essa oralidade é privilégio de poucos.Por isso, para que as memórias não escureçam, gostamos de a registar, fazendo-o com o orgulho dos que "só conhecem os caminhos velhos, quem tem saudades da terra (expressão gentilmente roubada ao amigo Nuno Afonso usada numa das suas muitas publicações). Por isso escuitem:
Depois do cafezinho no "Jorge" e na sua visita à casa Moreiras,é um prazer ouvi-lo. É sempre uma aprendizagem e falar o português de Amoinha, que nós adoramos e respeitamos, já há poucos.
Naquela noite, muito cansado das tarefas duras da agricultura....
...Quando eu era pucorruchinho, ainda muito cedo, lebábamos as bacas po prado. Era tudo canalha, bah. Inda no tempo em que habia munta canailha, agôra semos poucos e d'hoje p'ra manhê inda bamos ser menos. Ua pessoa ó Domingo, dá uma volta por as ruas, da croa do pôbo inte ó fundo dele e bê-se alguém? Eu não!
- Claro que não, Tó!- interrompemos nós.
Ora bem, quando fala um burro... com licença de bocês - fechamos logo a boca, pois na aldeia é costume dizer que o respeito tem cabelo (traduza-se: tem que havê-lo) e respeitar o nosso amigo é um dever.
- Posso continuar, ou não? - pergunta ele. E aí vai.
Atão, lá íamos nós mais as crias. Fazíamos assim: um lubaba a grelha, oitro, uma côdia, oitro ua tira de reco pa rijar, oitro ia buscar a lenha e oitro botaba conta às crias. Era um tempo em que habia amizade entre a canailha. Agora bendes algua no prado? Nem crias, bah.
Mas um dia fui sozinho e adromeci. Quando ascordei, as bacas tinham desaparecido... o sol...já não se bia im lugar ninhum. Inda estremunhado, precurei por todo o lado e as escamungadas nem dabum sinal por a boca nem po trás.
Comecei a pensar: se bou pra casa sem as crias. o meu pai fd o lombo, e caio ali logo estantânio, se fico aqui fd à mesma. Corri atão aqueis montes inté cos topei ali ó Barroco.
Como moinho não ganha maquia, fui debágar e antro ó fundo do pôbo, e quando boto os olhos pra cima, bêjo atão o meu pai e lá os toquemos pra loije.
Dêsta bez inté que me correu bem, bah!!!
- Ó Nando, inda há luz lá fora? Bou-me lá, que amnhê tênho "escola".
António Baptista, nosso amigo de sempre, obrigada pela preservação do nosso falar.
Depois do cafezinho no "Jorge" e na sua visita à casa Moreiras,é um prazer ouvi-lo. É sempre uma aprendizagem e falar o português de Amoinha, que nós adoramos e respeitamos, já há poucos.
Naquela noite, muito cansado das tarefas duras da agricultura....
...Quando eu era pucorruchinho, ainda muito cedo, lebábamos as bacas po prado. Era tudo canalha, bah. Inda no tempo em que habia munta canailha, agôra semos poucos e d'hoje p'ra manhê inda bamos ser menos. Ua pessoa ó Domingo, dá uma volta por as ruas, da croa do pôbo inte ó fundo dele e bê-se alguém? Eu não!
- Claro que não, Tó!- interrompemos nós.
Ora bem, quando fala um burro... com licença de bocês - fechamos logo a boca, pois na aldeia é costume dizer que o respeito tem cabelo (traduza-se: tem que havê-lo) e respeitar o nosso amigo é um dever.
- Posso continuar, ou não? - pergunta ele. E aí vai.
Atão, lá íamos nós mais as crias. Fazíamos assim: um lubaba a grelha, oitro, uma côdia, oitro ua tira de reco pa rijar, oitro ia buscar a lenha e oitro botaba conta às crias. Era um tempo em que habia amizade entre a canailha. Agora bendes algua no prado? Nem crias, bah.
Mas um dia fui sozinho e adromeci. Quando ascordei, as bacas tinham desaparecido... o sol...já não se bia im lugar ninhum. Inda estremunhado, precurei por todo o lado e as escamungadas nem dabum sinal por a boca nem po trás.
Comecei a pensar: se bou pra casa sem as crias. o meu pai fd o lombo, e caio ali logo estantânio, se fico aqui fd à mesma. Corri atão aqueis montes inté cos topei ali ó Barroco.
Como moinho não ganha maquia, fui debágar e antro ó fundo do pôbo, e quando boto os olhos pra cima, bêjo atão o meu pai e lá os toquemos pra loije.
Dêsta bez inté que me correu bem, bah!!!
- Ó Nando, inda há luz lá fora? Bou-me lá, que amnhê tênho "escola".
António Baptista, nosso amigo de sempre, obrigada pela preservação do nosso falar.
sexta-feira, 16 de setembro de 2011
Já regressou aos States
quinta-feira, 15 de setembro de 2011
segunda-feira, 12 de setembro de 2011
domingo, 11 de setembro de 2011
A amiga americana...ahahaa
sábado, 3 de setembro de 2011
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