Durante anos as castanhas foram a base da alimentação das populações rurais durante o inverno, em especial nas refeições da ceia à noite. Ceava-se com castanhas cozidas complementando-se a refeição, com um caldo de feijão e couve, migado com um carolo de pão centeio, que nos dias de hoje e por causa das doenças modernas como o colesterol ou os trigleceridos, o caldo e uma peça de fruta já servem de refeição. Nessa altura o esforço físico aplicado nas duras tarefas domésticas, eliminavam todas as gorduras supérfluas, embora se morresse mais novo é certo, mas isso devia-se a outros factores que agora não interessam para aqui. As castanhas eram cozidas apenas com água e sal, não precisando de outro tempero. Mas infelizmente nem toda a gente tinha soutos de castanheiros, e quem os não tinha, ia aos soutos à socapa dos proprietários ao rebusco. Um dia em Outeiro Seco, um pai que tinha cinco bocas em casa para alimentar mais a dele e da mulher, levantou-se bem cedo e de cesta debaixo do braço lá foi ele a um souto apanhar algumas castanhas que tinham pingado durante a noite, antes que tal rotina fosse feita pelos donos do souto. Andava ele tão absorvido nessa tarefa subversiva quando, não sabe de onde, ouviu uma voz cavernosa que lhe disse. - Hum madrugaste!!! O nosso homem interrompeu de imediato a tarefa, olhando em redor e não vendo vivalma, ficou impressionado para não dizer assustado com aquela voz, regressando em passo largo a casa e pior, com a cesta quase vazia. Durante anos este homem viveu obcecado com a ideia de quem seria aquela voz, se seria deste ou do outro mundo. È que a voz do dono do souto não era, porque essa conhecia-a ele bem. Nuno Santos
Olá amigos! Obrigada pelos vossos comentários. Ora bem! Há um ditado que diz:"Agosto, ferver; Setembro beber". Não tenho a certeza se é assim, mas vou perguntar ao Tó mais logo à noite. Significa isto que os castinheiros precisam de chuva para as castanhas crescerem, o que não aconteceu. Nuno, obrigada pela estória, sabes da nossa ligação a Out.Seco, daí, gostarmos das vivências e estórias dessa linda aldeia. abraço a todos
ESTES OURIÇOS PARECEM ESTAR RECHEADOS...
ResponderEliminarMAS ESTE CALOR NÃO É MUITO FAVORÁVEL PARA AS CASTANHAS...
CHUVA PRECISA-SE!!!!!
Wow isso quer dizer que já falta pouco pro S. Martinho...
ResponderEliminarDurante anos as castanhas foram a base da alimentação das populações rurais durante o inverno, em especial nas refeições da ceia à noite. Ceava-se com castanhas cozidas complementando-se a refeição, com um caldo de feijão e couve, migado com um carolo de pão centeio, que nos dias de hoje e por causa das doenças modernas como o colesterol ou os trigleceridos, o caldo e uma peça de fruta já servem de refeição.
ResponderEliminarNessa altura o esforço físico aplicado nas duras tarefas domésticas, eliminavam todas as gorduras supérfluas, embora se morresse mais novo é certo, mas isso devia-se a outros factores que agora não interessam para aqui. As castanhas eram cozidas apenas com água e sal, não precisando de outro tempero. Mas infelizmente nem toda a gente tinha soutos de castanheiros, e quem os não tinha, ia aos soutos à socapa dos proprietários ao rebusco.
Um dia em Outeiro Seco, um pai que tinha cinco bocas em casa para alimentar mais a dele e da mulher, levantou-se bem cedo e de cesta debaixo do braço lá foi ele a um souto apanhar algumas castanhas que tinham pingado durante a noite, antes que tal rotina fosse feita pelos donos do souto. Andava ele tão absorvido nessa tarefa subversiva quando, não sabe de onde, ouviu uma voz cavernosa que lhe disse.
- Hum madrugaste!!!
O nosso homem interrompeu de imediato a tarefa, olhando em redor e não vendo vivalma, ficou impressionado para não dizer assustado com aquela voz, regressando em passo largo a casa e pior, com a cesta quase vazia. Durante anos este homem viveu obcecado com a ideia de quem seria aquela voz, se seria deste ou do outro mundo. È que a voz do dono do souto não era, porque essa conhecia-a ele bem.
Nuno Santos
Olá amigos!
ResponderEliminarObrigada pelos vossos comentários.
Ora bem! Há um ditado que diz:"Agosto, ferver; Setembro beber". Não tenho a certeza se é assim, mas vou perguntar ao Tó mais logo à noite. Significa isto que os castinheiros precisam de chuva para as castanhas crescerem, o que não aconteceu.
Nuno, obrigada pela estória, sabes da nossa ligação a Out.Seco, daí, gostarmos das vivências e estórias dessa linda aldeia.
abraço a todos