
Corria o ano de 74, por aí, e o meu irmão mais novo, o Fernando, aterrava mais uma vez no Sá Carneiro, para umas mini-férias trimestrais vindo de Angola, onde trabalhava na Petrofina. Chegado à aldeia e de matar as saudades, a nossa mãe fez-lhe um pedido:
_ Filho, sabes que o barraco lá em baixo ó Bloiral, está a cair e já nem porta tem p'ra guardar as sementes e as alfaias agrícolas..
Estava também o meu irmão Sérgio, que Deus o tenha em bô descanso e logo, a conversa passou para entre irmãos.
_ Que dizes? Fazemos em redondo ou como é que fazemos?
_ Em hexágono, ficaria diferente! Mas eu acho-me incapaz...-disse o Sérgio.
_ Oh...isso sei eu! Vamos ali pra eira do ti Jaime, fazemos a planta no chão com um guiço e está feito!- falou o Fernando.
_ Vamos mas é comprar o cimento, areia e blocos e vamo-nos à obra.
Passaram estes anos todos e eu, recordei-me desta "brincadeira" e pus-me também à obra.
Até arranhei a parede aqui do meu studio...ahahaa..de pintura. Pus-me confortável, já pintei umas calças de marca que me ofereceram, bah, eu não compro dessas coisas caras, vesti uma t-shirt e abri as janelas todas. Como previa, a coisa foi muito renhida, entre as minhas mãos e os meus pincéis.
"Que diabo! A coisa está complicada! Atão, quatro paredes não chegava?"-pensei eu..até horas de ir p'ra cozinha...Eram 9.30 da noite e as telhas ainda não tinham aparecido.
Entretanto, os ossos começaram a dar de si e o frio da noite entrou neles...
Aí está o resultado: uma boa constipação e isto que vos mostro...