sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

1755 - Terramoto em Lisboa




Estamos em 1714 e nasce o futuro rei D.José. Casa cedo, com apenas 14 anos de idade, com a princesa espanhola Dª.Mariana. Estas "coisas" antigas" nunca deram muito resultado, mas adiante...
Bem! O homem lá subiu ao trono e, resolve convidar para primeiro ministro um senhor com reconhecido mérito demonstrado além reino, de nome Sebastião José de Carvalho e Melo, entregando-lhe então com a maior confiança a administração do Reino..... o que não foi do agrado da nobreza... havia agora mta coisa para contar, mas para o dia de hoje, vamos ao que nos cá traz.
Era o dia primeiro do mês de Novembro, Sábado, 9.30 h, um dia quente para a época. A maior parte das pessoas, mulheres, acho eu, estava rezando nas Igrejas pelos seus entes que já tinham partido...
Dlim...dlim...dlão...aqui há coisa!-pensaram. Estranho, este toque dos sinos!
- Deus nos acuda! Ai, ai... Nossa Senhora do Socorro, ajude-nos, está tudo a tremer!
E é que tinha mesmo acontecido o pior. Igrejas a rachar por todo o lado, casas em queda eminente... abrem-se fendas no chão.. deixando sair cheiros sulfúricos que empestam os narizes de todos...ah..e os animais a latir desalmadamente pelas ruas (prenúncio de desgraça...mas isto aconteceu ainda antes da tragédia), pessoas e a garotada... tudo a correr e a atrapalharem-se uns aos outros ...correr para onde e porquê...ninguém sabia...ah...incêndios por todo o lado. Ah... ladrões prontos a assaltar as casas agora abandonadas, mas cuidado, ainda podem "levar por tabela" com algumas pedras.
Bem! A rainha, coitada, escreve assim a sua mãe (não sei como é possível perante uma tragédia tão grande, pegar numa pena e escr...) :
"Estamos todos vivos e de boa saúde, mil graças a Deus. Sentimos o mais horrível tremor de terra, fugimos para o campo com grande dificuldade pois não nops aguentávamos a pé. Eu corri pelas escadas árabes onde certamente sem a ajuda de Deus, teria partido a cabeça ou as pernas pois não me podia aguentar e estava aterrorizada..... o rei veio também comigo, mas mais tarde, pois tinha fugido por outro lado..... As minhas filhas juntaram-se-me pouco depois. Desde aí, estamos em tendas no jardim grande. Em Lisboa está quase tudo por terra... e por acréscimo de infelicidade o fogo consumiu uma grande parte da cidade. O nosso palácio( da Ribeira) ficou meio em ruínas e o que restou ardeu quase tudo o que tinha dentro... Há desgraças horríveis e a desolação é geral."
Agora entra aqui a acção do Marquês de Pombal e até se lhe atribui a célebre frase à pergunta: "e agora? - Agora, enterramos os vivos e cuidamos dos mortos!
Mas terá feito mto mais que isso. Terá reconstruído a cidade e tê-la-á preparado para um eventual terramoto, construindo ruas mais largas, p.ex., no sentido de ser mais rápida a intervenção dos bombeiros, tb, parece ter sido o autor da "gaiola de Lisboa"... alguém falará sobre isto.
Redige apressadamente um formulário com 13 perguntas e manda rapidamente distribuir pelas freguesias do Reino, afim de apurar os reais danos nos Monumentos, Edifícios e nas pessoas.
Esta noite pensei nesta catástrofe e fiquei na dúvida: as Memórias Paroquiais de 1758, estarão relacionadas e completadas por este primeiro doc. , com o objectivo complementar de aproveitar para conhecer geografica e socialmente o reino?
Fica a pergunta.
Amigos, este homem tem uma estátua em Lisboa!

1 comentário:

  1. Ora aqui está um tema pelo qual tenho um grande apreço, refiro-me à história de Portugal e não ao terramoto, até porque, o meu gabinete de trabalho fica numa cave, e quando me lembro disso até sinto alguns calafrios.
    Curiosamente o meu actual livro de cabeceira é “Quando Lisboa tremeu” de Domingos Amaral, filho do político Freitas do Amaral e que acumula as funções de escritor com a de director da revista GQ, e já foi também director da Maxmen.
    Este livro sendo um romance histórico, é sobre cinco personagens que sobreviveram ao terramoto, vale a pena ler.
    Quanto à Gaiola de Lisboa, também chamada “gaiola pombalina” consiste numa técnica de construção anti-sísmica, utilizada na baixa de Lisboa, feita em estacas de madeira, que, por estarem embebidas na água, dão uma maior consistência às fundações dos prédios.
    Actualmente há uma grande polémica em Lisboa porque devido à construção do túnel do metro no Tejo, ligando Santa Apolónia ao Cais do Sodré, o túnel sendo em betão, não permite que as aguas do Tejo irriguem essas estruturas, prevendo-se que num futuro possa haver desabamentos dos prédios assentes nessas estruturas, por falta de irrigação. A cidade de Amesterdão que é construída sobre canais, também tem as fundações em madeira, não sei se o Marquês não teria ido ali buscar a ideia.
    Já agora e sobre a estátua do Marquês em Lisboa, convém salientar que é ali que o meu clube o Sporting, comemora os seus títulos, infelizmente ultimamente tem sido uma prática pouco utilizada.
    Um bom fim de semana para todos,
    Nuno Santos

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