segunda-feira, 26 de setembro de 2011

A nossa aldeia e o gene "ou"




Estava um vento arreliento, que me deixou o cabelo todo desgrenhado, no penúltimo fim de semana, quando deixámos a aldeia. Começou logo por aí.
Onde parecia boiar a melancolia dos montes em tarde de Domingo, um resto de sol punha oiro na amaneirada e azadinha serra, lá ao longe, a que chamam "Salábria", como que a despedir-se de nós, como se fôssemos assim tão "prosas". Enquanto eram cumpridos os rituais: fechar água e mais a luz e mais ...olhem os telemóveis, os "bombos"(as malas), tudo encatrafuado no jipe, apenas faltando a "pita" em cima do burro, aí começa o regresso à outra casa, a casa da cidade. Eu ocupo o lugar atrás, sempre fico mais perto do que deixei.
Procuro botar atenção à paisagem e arranco um comentário desajeitado e saído à pressão: olhai, estes castinheiros do Zé Luis, estão bem cheiinhos de ouriços. Os manos respondem ao calha, e largam um monossílabo e já está. Bem, o mano também tem de botar atenção à condução, mas a mana, nada diz.
Que catano!! Estou a fazer um esforço pra não esbaguar!
_ "OU", estais aí?- ninguém responde.
Vi o ar lavado e puro a ficar cada vez mais afastado! Os amigos ficaram também! Volto em silêncio aos meus pensamentos.
Há uns tempos que o mano não pega em pregos e buchas e a chave de fendas, mas a de estrelas, não sei porquê, mas ele usa essa mais vezes, sei lá. Agora não é o momento certo pra le perguntar. Nesse fim de semana tivemos moscas e ele pegou no abano e foi um tau por ali afora. As excamungadas não me deixaram dormir uma sesta.
E o lume? Ah, ele inventa o frio como pretexto pro acender. Pega nas pinhas, mtas e por cima paus, tb mtos. E diz : - Está muito frio!.... Agora lembrei-me! A viagem de Sexta para a aldeia e as outras anteriores, são mais rápidas. Hoje nunca mais chegamos a Chaves! Ah! Já sei! Para lá,levamos connosco a ansiedade da chegada e cada um conta as estórias da semana que passou. Eu só falo de "carreiras", adoro as entradas e saídas nos cais da Central de Camionagem! Sim, é verdade! Há mães que ainda choram na hora da despedida dos filhos...verdade, eu já vi!
O mano fala das aulas de código, sim, é formador de condução. É de morrer a rir, com as estórias dele!
A mana, ai, essa fala sempre das lampreias, bichos que entrelaçados e viscosos, escarrapacham as bocas brancas "escontra" os vidros do tanque, no Restaurante da Aguieira, lugar de mudança de "roda", cena de condutores, bah. Iac!!! detestamos essa bicharada que chupa vidros! Até já me arrepanha o cérebro, quando vem com esta conversa, mas não digo nada. Mas a gente ri-se sempre, nem sei porquê....
Agora, neste regresso à casa da cidade, verifico que não há nada fazer. A aldeia despareceu no horizonte do crepúsculo....
Como não houve aldeia, brinquei com os pincéis.
abraço

3 comentários:

  1. Hey bf bravo!!!!!!!!! os Quandros estao lindissimos e o texto nao se fica a tras. ahahah rio quando dizes que ninguem te responde ahahahah pois se falas mais da conta mulher ahahahahah ainda recordo o dia que vinhamos do Douro rais parta a mulher nao se calou todo o caminho ahahaahh es o maximo!
    Beijo aos Moreiras!!!

    p.s adorei os dois ultimos quadros..Lindissimos
    Lula

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  2. oh esqueci-kme de dizer uma coisinha, nao podes fazer a letra mais big? Que trabalho me da pra ler...pra proxima bah se quiseres.

    p.s o segundo quandro esta espectacular!!!!!



    Lula

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  3. Bom dia
    Mana..... o segundo quadro é um doce!
    -Amoinha Nova, á vista para o fim de semana.
    Levo arroz, para um arranjo,colhido nos campos do Mondego, já se vê.
    Continua a escrever....
    Gostamos muito de ler os teus pedaços de aldeia.
    Beijo
    Lidinha
    PS. Já tenho, rosinhas de Stª Terezinha, para plantar.

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