quarta-feira, 30 de novembro de 2011
terça-feira, 29 de novembro de 2011
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
Que faço p'ro almoço?
Era um Sábado, mais ou menos igual a tantos outros, de um fim de semana na aldeia, o tempo nem contava p'ra nada. A verdade é que nem dormi bem a pensar no que havia de cozinhar para aquele almoço, eram três pessoas à mesa, pensava eu bah.
A patroa não tinha dado ordens..falo da ementa para aquela refeição de que já falei, catano.
"Ela não diz nada, lá me arranjarei!"-pensei.
O grande problema é que quando me levantei, ela já tinha saído de casa, sei lá bem porquê...e para quê.
Vou ao frigorífico e dei com umas costelas de reco, preparei o tempero, dei-lhe umas facadas para grelharem melhor, assim uns furos, estão a ver? Muito alho...ouvi dizer que liga bem com reco, ah...muito picante, pq o meu Fernando adora, e eu também já me habituei a abanicar a língua com tanto picante. Sabem que uma pessoa precisa de beber muita água e portanto, avancemos que daqui a um cibo já tenho de voltar a pensar na ementa pro meu jantar, neste caso para uma Segunda Feira e isso constitui momento de stress.
_ Ai, só vens a estas horas pra dares ordens pro comes?- disse eu p'ra ela, já arreliada com esta ausência injustificada de casa.
Lá botei as batatas pro pote, com a casca. Nós gostamos pq depois de cozidas, pomos na brasa pra ficarem assim douradinhas. Também pq ficam bem ó olho, digo eu bah...
Boto então a carne no lume, assado muito lentamente, mas tem de ficar assadinha mas tenra. Nesta operação preciso sempre do meu mano pra cá botar as brasas e a coisa fica muito quente pra minha velha pele. Ora porra! Mas ele tb tem de fazer alguma coisa e a pele dele é menos sensível e ele adora o calorzinho da lareira. Então que faça essa tarefa, não acham?
Estava tudo mesmo no ponto pra pôr a mesa, tarefa da mana...ela tb lava os panelos no final da refeição, quando ouço assim:
_ Ou...está alguém? Venho pro almoço, mas vinde aqui buscar umas rocas... Pessoal, atenção! Ouçam bem! Era um caldeiro dos grandes, cheio de rocas. Ai que lindas e grandes! Era cada chapéu!!!! Coisas da natureza!- era o meu irmão e padrinho Mário.
- Ora a porra das alterações que aí vêm!- pensei.
Da lareira saía um cheirinho a reco, que nem vos digo nada. Não o sentis? Ah! Bem me parecia!
_ Pronto! Pronto! Eu faço as rocas!
A verdade e aqui que ninguém nos ouve, é que fiquei encantada, há muito..bem, desde o ano passado, o de 2009, estais a ver que vem já aí o de 2012..que não comia as ditas cujas.
Olhai, estavam um verdadeiro pitéu.
A mana lavou-as, fez a barba às hastes, pra tirar a terra....ei.......pessoal , lembrei-me agora: dizem que é proíbido arrancar as rocas..têm de ser cortadas e deixar lá o pé...é verdade? Dp respondei, por favor, pq pra semana volto a elas...
Preparei o tempero: alho esmigalhado, sal e muito jindungo e muito azeitinho. Assadinhas na grelhas e passadas por esta papa...hum......hum....hum!!!
................... estes pontinhos servem pra passar à frente a refeição.
De tarde aparece o nosso amigo Osvaldo com um saco cheio de rocas.
_Canalha, pra noite, temos rocas do Osvaldo.
Ai, que cansada estou!!!
sábado, 26 de novembro de 2011
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
Imagens recentes da aldeia
No último Domingo, pela manhã, calcei as minhas meias de lã, as das 4 agulhas e feitas pela minha mãe...ah...e as socas! As minhas socas!
Pensei: mas para que lado vou? À esquerda, vejo a casa da falecida Sra Matilde, a nossa parteira.
É, é por aqui que quero ir! Desci a rua, olhei à direita, deito um olho às invenções do Heitor, mais ao velho e desativado carro de bois, que se mantinha com a sua história velha. Um dia, com mais tempo vou pedir-lhe que ma conte. Talvez escolha mesmo um Domingo de manhã, em que o pessoal está p'ra missa em Nogueira ou Santiago. Olha, o Vítor já não está por cá, foi almoçar p'ra Chaves. O homem agora mora na cidade!
A casa da Esperancinha, vazia! Está lá pro Alentejo na companhia do filho e netos. No último Verão ainda cá estava de férias, até participou no meu aniversário.
_ Berto? Ó Berto, já almoçaste homem?
Não responde, já foi pro café.
Já estava quase a virar ali na esquina que dá pro largo do fundo do povo, ouço assim muito alto:
- Irmã, onde estás? Queres comer ou quê?
Era o meu irmão Fernando que já tinha posto as cenas todas no jipe, pra depois do almoço regressarmos à nossa casa de cidade.
terça-feira, 22 de novembro de 2011
Os Natais da minha infância
Saí à rua! Sim, da Capital do Norte, há lá muitas ruas, carago!
Não! Não cheirava às filhoses, nem a bolinhos de bacalhau acabados de fazer, nem à canela que voava para as travessas de aletria, nem a pinhas aquecidas no lume e cheias de resina, para que os casulos abrissem e os pinhões se mostrassem, a fim de que as crianças jogassem o jogo..o jogo dos pinhões! Quão longínqua lembrança! Quem são, nos dias de hoje, as que sugam esse aroma, e as que conhecem o jogo? Os pinhões não são assim, são branquinhos e vêm dentro de um saquinho, como é, ó cotas?
Pois é! Nada disto senti, cheirei ... o que eu vi, foram montras atafulhadas de presentes natalícios...
Mas ainda faltam muitos dias para essa quadra. Certo! Mas há que vender e há que comprar, afinal só temos um Natal por ano! Ou não é assim?
Claro! Compre-se e gaste-se, mas depois não venham aqui pedir pãozinho p'ros filhos.
O que significa o Natal, afinal?
segunda-feira, 21 de novembro de 2011
Maias em Novembro
domingo, 20 de novembro de 2011
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
Coijas do intigamente, bah!!!
Há trinta anos atrás, para mais, talvez, não existia na aldeia, em todas as casas, condições higiénicas que permitissem despachar as encomendas excedentes e inúteis ao nosso organismo. Ah, e importante!
Que isso constituísse um ato pessoal, íntimo e sem testemunhas oculares ou outras.
Era então no campo, entre o milho ou centeio, mas bem crescido pra vedar alguma resquícia hipótese de alguém poder partilhar o evento. E que evento difícil !
Bem, em minha casa, de minha lembrança, sempre se procedeu com os respeitos todos, no reservado espaço próprio com o quadradito em madeira e a cena lá se fazia, longe das cearas e milhais, dos locais indiscretos e das espigas de milho servindo de papel.
Certo dia, e aí vai então a estória do empertigado senhor da cidade que visitava a aldeia e se instalou por uns dias, lá num certa casa.
O filme desenvolveu-se ali num campo, um pouco distante da casa. O homem estava mesmo aflito e aí vai...
Pronto, não é necessário descrever a dificuldade e o equilíbrio necessário à execução do ato fisiológico.
Tudo correu mais ou menos como pôde até à altura de se limpar.
Estavam ali ao lado umas ervas e olha, é mesmo com isto...
Diz-se que o senhor terá saltado para arrumar depressa a mala e regressar à Capital p'ra poder usufruir das condições de evacuação dos indesejados detritos.
Eram umas ervinhas milagrosas: as urtigas!
Coijas do intigamente, bah!!!!
Os meus desaparelhados sapatos
Todas as manhãs há uma alma caridosa que se empenha em me fazer sair da cama, via telemóvel.
Hoje esqueceu-se e deixou-me ficar ali a recocar, coisas de quem não tem ponto para picar...
Quando resolvi olhar para a coisa das horas, dei um salto, repentino o quanto baste, pra não deixar cair a tenção. Dizem que devemos ter um bom acordar...sei lá bem! A mais das vezes, levanto-me sem pensar e vou logo à janela ver o tempo.
O tempo! Sim, hoje nem deu pra ver...mas para quê saber disso, se faça chuva ou sol, p'ra mim
é igual?! Afinal há anos que perdi o meu guarda-chuva e ainda não houve papel pra outro.
Fiz as minhas tarefas higiénicas, pego as chaves mais a carteira e aí vamos tomar o pequeno almoço ali ao "meu" cafezinho.
Ora, é mesmo ali que a menina da meia de leite, me presenteia diariamente com um largo elogio aos meus sapatos:
- Que bonitos, sra profª.!- há pessoas que ainda me tratam assim, embora eu ache que cada vez mais aprendo com elas e não o contrário, mas adiante...
Desta vez, e antes mesmo dos habituais cumprimentos como manda a sapatilha...nem sei o que isto quer dizer, mas como já ouvi esta expressão e gostei, botei-a aqui no texto dos sapatos, a miúda desatou a rir, o penico do leite a tremelicar, tropeçando na cadeira que se meteu à frente e eu...sem perceber.
- É a nova moda, é?
Eram dois sapatos, sim, mas um de cada nação!
quinta-feira, 17 de novembro de 2011
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
Magusto comunitário na aldeia
O sol não apareceu nesse dia, conforme prometido na tradição. O Verão de S.Martinho!
Há uns dias que uns aborrecidos guiços na goela, não me deixavam respirar nem dormir o sono tranquilo e repousador dos agitados dias de preparação mental para o bonito evento na aldeia. Afinal, pensando bem, eu até nem tinha responsabilidades a cumprir. O projeto de reunião da grande família, a da Amoinha, estava entregue e muito bem, ao casal Azevedo. Mas sempre havia que se fazer um bolo, que diabo, temos que levar alguma coisa! Pensar se havia farinha, ovos e açúcar..nozes e amêndoas havia por lá algumas. Os ratos já há mto que tinham ido passear para outro lado, deixando os frutos secos em paz.
A tarde foi preenchida com a feitura do bolo e umas deitadas no escano, pois a energia tinha ido dar uma volta.
-São 6 horas!-dizem os manos.
A maquineta avançou rápida para as minha mãos, que baixinho me diziam: "clica lá no botão! Lá ao longe, esperam imagens desta festinha"!
Lá estavam os amigos e perante tão bonito e acolhedor ambiente, até esqueci a gripe que estava ali colada a mim.
Osvaldo/ São/ Tó/ António/ Bruna/ João/ Joãozinho/ Zé Manel/ Virgínia/ Vítor/ Vitinho
Berto/ Lala/ Marcial/ Suzete/ Patrícia/ Maria Alice/ Eurico/ Tila/ Dininha/ Isaura/ Bruno/ Licínio/- os residentes presentes
Não residentes presentes: Leonor, Lidia, Fernando, Azevedo, Mariazinha, Bruno, Tininha, Flávio.
Os residentes justificadamente ausentes: Osvaldo, Milena, Marco, Cristina, Zira, Lena, Joana, Maria Alves.
No próximo encontro esperamos estar todos presentes.
Nós adorámos este convívio.
Mensagens dos residentes
Pedimos desculpa pela ausência, mas uma inesperada gripe tomou conta de mim.
domingo, 13 de novembro de 2011
sexta-feira, 11 de novembro de 2011
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
Chiguei, catano!!!
Já passaram dois anos, que a Moreirada resolveu homenagear o "Combatente António" pelo seu regresso da 1ª.Guerra.
Um bonito encontro familiar composto por 200 pessoas que na Travessa Moreiras se juntaram e conviveram!
O "combatente-ator" Gil dos Santos, esteve no seu melhor!
Aconteceu no Setembro de 2009.
quarta-feira, 9 de novembro de 2011
Já caíram todas?
Ervões - Padre Albano Tenreiro Dias
Foi neste espaço, que o nosso tio Padre se terá preparado para rezar missa, durante os vinte e tal anos que esta Freguesia paroquiou.
terça-feira, 8 de novembro de 2011
Arranjos florais da Lídia
A mesa foi feita pelo meu tio António, combatente na 1ª.Guerra Mundial. É linda, não é?